Wednesday 19 January 2011

A minha irmã


A minha irmã



Quando a minha irmã me pediu um pequeno texto a falar sobre ela pensei: O que é que eu posso dizer sobre uma pessoa que adoro, uma pessoa que leva o meu sangue? A tarefa não é fácil já que não convém escrever muito e realmente dizer o que ela significa para mim em poucas palavras não vai ser fácil.
Sou quatro anos mais nova que ela. Sempre a admirei. Desde pequena que vejo a minha irmã como um modelo a seguir. É uma pessoa simpática, bonita, amiga. Consegue também ser bruta e nem sempre a nossa relação é boa. No entanto, sempre que eu preciso dela, sei que está lá. Lembro-me que, quando éramos pequenas, ela não era muito simpática para mim. Para ser sincera, conseguia ser muito cruel.
A minha mãe conta um episódio muito engraçado de nós as duas: quando eu nasci, a minha mãe disse que ela não me podia pegar ao colo, visto que podia magoar-me de alguma maneira. Mas, caso não saibam, a Stephanie que conhecemos, é muito teimosa e, num momento de ausência por parte da minha mãe, pegou-me ao colo. O que ela nunca pensou foi que esse momento demorasse tão pouco e, quando sentiu que a minha mãe estava quase a chegar ao quarto, atirou-me para o sofá. Eu era recém nascida. Não houve sequelas (aparentemente) mas este episódio serve para demonstrar que temos tido altos e baixos na nossa relação. Quando éramos mais novas, não havia um único dia que não discutíssemos. Dormíamos no mesmo quarto, éramos obrigadas a partilhar tudo, inclusive a cama. Sempre senti que esse era o nosso problema. Os meus pais já não nos conseguiam ouvir discutir tanto e, depois de muito insistir, decidiram dar-nos a cada uma o nosso próprio espaço. Sinceramente, não sei se teve algo a ver. A verdade é que, desde essa altura, as coisas melhoraram muito. Hoje temos uma relação muito boa e raramente discutimos.
Digo raramente porque realmente ainda o fazemos periodicamente. Lembro-me de outro episódio engraçado, stressante das nossas vidas. Eu e ela sempre tivemos uma viagem de sonho: ir a Miami e, em 2004, reunimos forças (e dinheiro) e fomos lá sozinhas. Foi a nossa primeira viagem sozinhas e foi muito divertido. O problema é que eu e a minha irmã somos muito diferentes, os gostos totalmente opostos e nessa viagem tivemos alguns problemas por causa disso. Alugámos um carro e, visto que ela não podia conduzir, eu tive de o fazer todo o tempo. Eu adoro conduzir porque adoro velocidade e, numa cidade que não conhecemos, o melhor seria não andarmos rápido não é? A minha irmã também achava isso. Já eu, preferia fingir que não. Uma vez fomos a umas gravações de uma novela e perdemo-nos. Não imaginam o stress que foi esse dia. A minha irmã sempre a discutir comigo porque, supostamente a culpa era toda minha, porque eu andava muito rápido. Talvez tivesse razão. No entanto, como qualquer irmã, nunca lhe poderia dizer que. Estivemos como umas três ou mais horas totalmente perdidas numa cidade desconhecida. Mas, para verem como a minha irmã é especial, o ir a essas gravações era muito importante para mim porque ia conhecer o meu actor favorito. Para ela, isso são futilidades mas, sabendo que era muito importante para mim, acompanhou-me e deixou de ir à praia para eu não estar sozinha. Acima de tudo, o que ela queria era proteger-me e eu sabia disso. Ela jamais me deixaria ir sozinha para um lugar estranho, conhecer pessoas que não sabia quem eram.
Ela sempre foi e creio que sempre será muito protectora. Não estou comprometida e por vezes, vou sair com amigos. Ainda hoje, e eu já tenho trinta anos, ela preocupa-se. Pergunta-me quem são os meus amigos, onde vamos, às vezes até insisti em conhecê-los.
Sempre está presente, nos bons e nos maus momentos. É uma pessoa meiga e as suas palavras são sempre animadoras. Chateia-se quando eu me chateio, chora quando eu choro, ri-se quando eu me rio. Não há nada que eu não lhe conte e sei que, aconteça o que acontecer, ela está comigo, sempre a apoiar-me.
É irmã mas é também filha, mãe, mulher, prima e neta. Histórias sobre todas estas relações há muitas, mas se falasse de tudo isso, escreveria possivelmente um livro com tantas páginas como a bíblia.
Só me faltou dizer uma coisa: ADORO-A.